Mais do que aparências

Aux. Ari Oliveira

Dia 26 de Julho de 2025 (Sábado)

“tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (2 Tm 3.5).

Anos atrás, quando estava estudando para entrar na faculdade, resolvi me inscrever em um cursinho preparatório, para melhorar meu ritmo de estudo. Numa das aulas semanais tínhamos um professor de biologia, ateu e militante, bastante “famosinho” na época. Talvez por isso todos o respeitavam. Certa vez ele levantou a voz e perguntou na sala: “Quem aqui acredita que o ser humano foi criado daquela forma que está escrita na Bíblia? Aquilo de Adão e Eva…”. Naquela sala com mais de 120 alunos, apenas quatro pessoas levantaram a mão: eu, um amigo evangélico, e dois outros desconhecidos meus. O professor apontou imediatamente para mim e disse: “Sério que você acredita nisso?”. Mesmo nervoso pelo “susto” eu respondi com firmeza: “Sim, claro”. Ele apenas deu uma risadinha de deboche e voltou a dar a sua aula.

Muitas coisas poderiam me impressionar nesta cena. Posso citar algumas:

1.   A presença de professores militantes de causas contrárias à fé cristã. É algo forte, mas já não me impressiona tanto. Estejam sempre preparados para encontrar militantes e críticos em todas as partes da sociedade (1 Pedro 3:15);

2.   O desdenhar com a fé do outro. Às vezes aqueles que mais pedem respeito e tolerância são os primeiros a não respeitar. Mas também não me impressiona, porque o mundo está sobre o poder do maligno (1 João 5:19);

3.   A baixa quantidade de pessoas que creem que a Bíblia é a verdade. Mas até isso não foi o que mais me impressionou. Certa vez vi um vídeo de uma pregação de Billy Graham, um grande pregador americano contemporâneo, que estava em um estádio lotado de pessoas cristãs, onde centenas aceitavam a Jesus a todo momento. Mas a sua frase foi: “ficaria satisfeito se, ao menos 5% destes que se convertem durante minhas cruzadas fossem verdadeiramente salvos”. A porta é estreita e muitos não estão dispostos a rejeitar os prazeres deste mundo (Mateus 7.13);

4.   Mas o que mais me surpreendeu foi a vergonha de alguns. Naquela sala de 120 pessoas, estatisticamente é certo que existiam mais cristãos (pelo menos 75% dos natalenses são cristãos). Talvez alguns ali tenham até (imagino eu) cultuado a Deus no final de semana anterior com suas famílias em alguma igreja. Quem sabe alguns eram “nascidos em lar evangélico”. Isso sim me chocou: o grupo de falsos cristãos, que na hora “da espada” não tiveram coragem de expor realmente o que acreditavam. Estão na igreja, mas creem em algo distante da bíblia.

Isso remete à advertência de Paulo a Timóteo, ao falar sobre os homens dos últimos dias: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (2 Tm 3.5) Veja bem: Paulo não disse para orarmos por eles, nem que tentássemos ajudá-los – ainda que isso seja válido. Mas o “plano A” de Paulo, a recomendação inicial é: “destes afasta-te”. Entenda: aqui não se está falando com os incrédulos de fora, mas sim de infiltrados que parecem crentes, vivem no meio dos crentes, participam dos eventos, mas não tem a vida realmente transformada. Não são exemplos.

“Afasta-te” — ou você mesmo poderá ser contaminado. A mensagem é dura, mas necessária. Não adianta “estar por estar”, nem “participar pela metade”. Lembre-se: a igreja morna foi julgada como pior do que a fria ou a quente (Ap 3.15-16). Deus não se impressiona com aparência, Ele procura fidelidade, verdade e compromisso.


 Desafio Evangelístico

Nesta semana, procure uma oportunidade de compartilhar sua fé com alguém, mesmo que discretamente. Um comentário, um convite, um testemunho breve. Seja sal e luz onde muitos têm apenas a aparência.


Uma necessidade de oração

Ore por aqueles que estão na igreja, mas ainda não foram transformados pelo poder do Evangelho. Motive pelo exemplo pelo menos um colega seu para ser mais ativo na obra. Peça a Deus que revele o que está oculto, que traga arrependimento genuíno e desperte uma fé viva e eficaz em cada coração.


Perguntas Reflexivas:

  • Tenho vivido uma fé verdadeira ou apenas mantido uma aparência para agradar aos outros?
  • Em quais momentos tenho negado, com atitudes ou silêncio, a eficácia da fé que professo?
  • O que em mim precisa ser transformado para que minha vida reflita o poder real do Evangelho?

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