Pr. Marcos de Souza
08 de março de 2025 (Sábado)
“E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo. E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia estavam de longe vendo essas coisas (Lucas 23.47,49).
O episódio da crucificação é apresentado nos quatro evangelhos (Mateus 27; Marcos 15; Lucas 23 e João 19). Na verdade, a crucificação de Jesus constitui um marco na sua jornada terrena visando a redenção do homem perdido. Os evangelhos registram sua história, o objetivo de sua vinda à terra, e todos destacam com clareza a sua crucificação.
Em face de seu pecado o homem estava irremediavelmente perdido. O apóstolo Paulo deixa essa verdade muito clara em sua carta aos Romanos ao afirmar que “Todos pecaram e por isso foram distanciados de Deus” (Rm 3.23); mais adiante ele declara que a recompensa pelo pecado é a morte (Rm 6.23). Todavia, para nossa alegria, Deus resolveu enviar seu filho, Jesus Cristo, para que através de seu sacrifício fôssemos libertos da condenação eterna, alcançando a maravilhosa salvação. Não por nossos méritos, mas por sua misericórdia, por seu favor, por seu sacrifício, por sua graça (Ef. 2.8,9).
Ao meditar no texto de Lucas, é possível imaginar a grandeza da crucificação de Jesus, capaz de abalar a própria natureza. Por um espaço de três horas, houve trevas em toda a terra; o sol escureceu e o véu do templo rasgou-se ao meio (Lc 23.44,45). Mateus registrou que as pedras se fenderam e os sepulcros se abriram, acrescentando que nesse momento muitos corpos de santos que haviam morrido foram ressuscitados (Mt 27.51,52).
Sobre o fato de o véu do templo haver se partido em dois, Mateus acrescenta um detalhe – “de alto a baixo” (Mt 27.51); daí muitos interpretarem (e não é difícil aceitar) que se o véu rasgou-se de cima para baixo. Ou seja, Deus rasgou o véu, permitindo-nos a entrada ao Santo dos Santos. Glória a Deus!
Não é apenas oportuno, mas também imprescindível notar aqui que a mensagem do calvário, em especial o sacrifício de Jesus naquela horrenda cruz em nosso favor, têm sido esquecida por muitos em nossos dias. A mensagem do Evangelho que salva e leva o homem para o céu, em muitos púlpitos, tem sido substituída pelo “evangelho” que massageia o ego do pecador e não se incomoda que permaneça em seu pecado, prometendo-lhe uma vida próspera e regalada aqui mesmo na terra, ainda que não se diga que no fim ele terminará no inferno.
Quem está cego e aprisionado por esse “evangelho” de facilidades não consegue ver o perigo de sua própria alma, que não tem a segurança da eternidade com Cristo, porque alguém lhe assegura que a “vida boa” do presente é tudo de que precisa. Todavia, quem tem comunhão com Deus e vive o Evangelho genuíno, tem discernimento dado pelo Espírito e se afasta desse engodo, buscando um viver em santidade e imitação a Cristo. Afinal, sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
Nesse contexto, um alerta se faz necessário: relembrar o sacrifício de Cristo e propagá-lo a todos quantos ouvirem tem seu grau de importância, mas não é tudo. É imperioso considerar que todo esse sofrimento e toda essa obra redentora tinha um propósito singular à humanidade resumido nas palavras – salvação, justificação, reconciliação, adoção, habitação, santificação, glorificação.
Pare um pouco e reflita: nossa situação diante de Deus era deplorável. Nossos pecados nos conduziam ao inferno, mas o sacrifício de Jesus Cristo nos resgatou, mudou nossa história e nosso destino. Hoje, n’Ele alcançamos a salvação que não merecíamos. Daí a constatação: Morreu o justo em favor dos injustos; o Santo em favor dos pecadores. Essa é a máxima verdade que não podemos esquecer ou desconsiderar – tudo isso se deu em nosso favor, por amor.
Agora vem a necessária preocupação: como tenho me posicionado diante dessa verdade Bíblica? Sem querer oferecer uma interpretação literal e nem mesmo tão acurada, vamos relembrar o texto de Lc 23.49: “E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia estavam de longe vendo essas coisas”. De acordo com a passagem mencionada observa-se que por ocasião da crucificação, pessoas que de muito haviam seguido a Jesus, testemunhando seus milagres, ouvindo sua mensagem, partilhando sua agradável companhia, agora estavam observando a cena “de longe…”.
Ainda hoje, passados tantos anos desde esses acontecimentos, muitos, inclusive entre os cristãos sinceros, estão se comportando da mesma maneira – observando a cena “de longe”. Convenhamos: A liberdade religiosa que, graças a Deus, desfrutamos no Brasil, associada ao conforto de majestosos templos, boa música, mensagem agradável, e incontáveis outras coisas que nos distanciam dos tempos difíceis em que viveram nossos pais, têm posto no coração de muitos a sensação de que está tudo bem, quando na verdade, há um número sem conta de almas que estão perecendo sem que alguém se importe com seu destino.
Se você chegou até aqui lendo essas palavras, creio ser cabível lhe fazer algumas perguntas para uma merecida reflexão: você concorda com o que foi exposto até aqui?; O que tens feito diante dessa situação?
Não se esqueça de que nesse momento, pessoas estão perecendo sem ter um encontro com Jesus, muitas delas, bem próximas, como parentes, vizinhos, colegas de trabalho, de escola, faculdade, dentre outros. Vale destacar a honra que é servir na igreja, seja no âmbito administrativo, como em departamentos ou na liturgia do culto. No entanto, nenhuma obra que se possa fazer em prol do Reino de Deus é tão sublime como ganhar uma alma para Jesus. Deus conta conosco. Ele conta com você! Considere isso!
Desafio Evangelístico
- Proponha-se a falar do Evangelho às pessoas. Ore ao Senhor por isso, busque nEle estratégias, ousadia e coragem para apresentar Cristo aos perdidos, que caminham sem Deus neste mundo.
Uma necessidade de oração
- Relacione pessoas próximas as quais você tem contato e comprometa-se em orar por elas, para que o Espírito Santo ministre ao seu coração o evangelho da Salvação. Ore para que você seja o porta-voz dessa maravilhosa notícia.
Perguntas Reflexivas:
- O que você tem feito em favor dos perdidos?
- Já falou de Cristo para alguém este ano?
- Que compromisso você deseja assumir após a leitura deste texto?
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