Mudança de rota

Pb. Haniel Oliveira

28 de Junho de 2025 (Sábado)

“Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo?  (Jo 4.29 – ARC).

Primeiro deixe-me contar uma pequena história… uma história que começa num dia comum na vida de Jesus. Sua rota previa saída da Judeia para mais uma ida à Galileia, região onde ele desenvolveu a maior parte pública de seu ministério terreno. Uma rota comum num dia comum (se é que posso dizer isso). Ele e seus discípulos. Ninguém mais. Mas, espere aí… de repente há uma mudança de rota: “E era-lhe necessário passar por Samaria” (Jo 4.4), mais precisamente numa cidadezinha chamada Sicar. Mas por que dizer que era uma mudança de rota se esse era justamente o caminho mais curto? Simples: judeus não suportavam os samaritanos, por considerá-los um povo imundo, e evitavam a todo custo seguir por esse caminho.

Portanto, uma mudança de rota era necessária. Mais que isso: uma mudança de atitude era necessária. Digo ainda mais: uma mudança de vida era necessária. Naquele lugarzinho havia uma mulher samaritana, triplamente desprezada pela sociedade – ela era samaritana, era mulher e teve relacionamentos com vários homens, inclusive homens de outras mulheres. (Ah… quase esqueci… e eles, os judeus, também não falavam com mulheres, tá?) Aquele encontro não era pra acontecer. Lugar errado, hora errada e pessoa errada! Jesus interrompe a rotina incomum daquela mulher e pede água. “… dá-me de beber” (v. 7). Mas, como assim? Uma mulher samaritana, conversando com um homem judeu e logo em pleno meio dia do oriente médio? Algo não parecia certo. E quantas vezes temos essa mesma sensação, de que algo não parece certo?

Ali, naquela conversa despretensiosa e altamente improvável, estava prestes a acontecer um milagre. Mas não daqueles que saltam aos olhos, como multiplicação de pães e peixes ou mesmo de cura exterior de cegos e coxos. Ali estava uma mulher pecadora e desprezada diante do salvador do mundo, do Cristo, do messias prometido. Ali, diante dela, estava Jesus: a própria água da vida. Ele não era apenas um homem judeu, aparentemente desorientado pela sede e pelo cansaço da jornada. Aquela mudança de rota era necessária porque a sede daquela mulher era muito maior. Ela tinha sede de vida. Ela tinha sede de dignidade. Ela tinha sede de inclusão. Ela tinha sede de amor. Ela tinha sede … de Deus. E Jesus estava ali. Bem na sua frente. Logo ela descobre que Ele verdadeiramente sabia tudo. Tudo mesmo. Ele era o próprio Deus. E esse Deus havia mudado sua rota naquele dia para mudar o seu destino, de uma vez por todas. Como era possível alguém se importar com ela?

Jovem, você sabia que Deus se importa com você e decidiu ‘mudar de rota’ para ter um encontro contigo? Sabe quando tudo parece não estar certo na sua vida e é justamente quando Ele está chegando com a água que pode matar a sua sede? Agora você consegue perceber que esse homem judeu não era qualquer homem e agora está te olhando por dentro e sabe tudo sobre você. Mesmo assim Ele te constrange com o maior amor que existe e te faz uma proposta: quer beber da água que mata toda a tua sede? Sim. Ele pode matar nossa sede de vida, de amor, de paz, de salvação, de refrigério em meio a tantos desafios da vida. Ele quebra todas as barreiras que a sociedade construiu. Mais que isso… Ele convidou aquela mulher samaritana e pecadora a mudar de rota também!!! Sua vida nunca mais seria a mesma. De pecadora a missionária. Uau!!! E Ele quer fazer o mesmo comigo e com você!

Ao ler os primeiros 30 versículos do capítulo 4 do evangelho de João vemos que Jesus transforma conversas desconfortáveis em verdadeiros milagres. Ele transforma primeiro por dentro e depois por fora. Ele nos ensina primeiro como devemos adorar a Deus e depois nos mostra como devemos anunciá-lo. Ele primeiro se coloca como água viva dentro de nós para depois fazê-la jorrar para fora. Ele primeiro nos vê por dentro, resolve todos os nossos conflitos, nos ensina o caminho da dignidade e da verdade (Jo 14.6) e nos convida a espalhar essa mesma mensagem adiante. Ele sabe que somos pecadores, mas, além de nos perdoar e redimir, nos convida para sermos seus missionários. Ele não quer saber se somos homens ou mulheres ou mesmo se somos ‘samaritanos’. Ele nos convida a mudar de rota e conta conosco nessa obra maravilhosa.

A sua sede acaba aqui e agora. Se você é como esta mulher, fugindo de si mesmo e dos outros, em busca de felicidade nos prazeres mundanos, dê um passo em direção a Cristo. Beba dessa água da vida. Torne-se um(a) missionário(a). Permita-se ser mudado para poder anunciar o mesmo aos outros. Abandone as práticas do pecado e siga a Jesus. Vá anunciar este nome poderoso que é JESUS aos seus amigos e parentes. Arrependa-se das velhas práticas pecaminosas e deixe-se envolver por este amor. O evangelho é poder de Deus e mudança de vida. Que tal uma mudança de rota? “Porventura, não é esse o Cristo?” (Jo 4.29b)


Desafio Evangelístico

Deixe-se tornar um missionário de Cristo, como foi a mulher samaritana. Não se importe com o que fez no passado e não se permita intimidar pelo inimigo de nossas almas. Se você se arrependeu do que fez, pediu perdão ao Senhor e aceitou mudar de rota, seja agora um missionário dEle. Nos próximos dias, faça um propósito com Deus, escolha algum (a) amigo (a) e o (a) convide para o próximo culto de jovens da sua igreja. Certamente Deus falará com essa pessoa e fará uma grande obra.


Uma necessidade de oração

Ore justamente pela (s) pessoa (s) escolhida (s) antes de convidá-la (s) para vir ao culto e, se possível, faça também um jejum. Não podemos esquecer que a missão de evangelizar é, antes de tudo, um desafio espiritual e, portanto, precisa ser vencida com as disciplinas espirituais.


Perguntas Reflexivas:

  • Você já se arrependeu, já pediu perdão pelos seus pecados ditos “de estimação”, como eram os daquela mulher samaritana?
  • Você tem sentido a presença de Cristo como rios de água viva fluindo dentro de você?
  • Quantas vezes neste ano você já falou de Jesus para alguém sedento de sua presença?

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